Agosto é o mês de conscientização sobre a violência doméstica, que afeta de modo especial as mulheres. Como forma de alertar sobre a necessidade de reduzir o problema, diversas ações serão desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social em parceria com o Poder Legislativo, Judiciário, OAB, Polícia Militar e Polícia Civil durante o mês.
De acordo com a primeira-dama e secretária de Assistência Social, Rosilei Pereira Borges de Oliveira, entre as ações programadas estão a realização do 1° Simpósio de Violência Contra a Mulher, no Plenarinho da Câmara de Vereadores no dia 21 de agosto das 14h00 às 17h00, a realização de círculos de construção de paz nas escolas e distribuição de panfletos com informações sobre o tema.
De acordo com o delegado de Polícia Civil de Campo Verde Philipe de Paula (foto), apesar das campanhas de conscientização realizadas todos os anos, a violência doméstica continua presente em todas as camadas sociais. “Não são fatos exclusivos das periferias, mas também de forma recorrente nos condomínios de alto padrão”, informa o delegado.
Segundo ele, a maior parte das ocorrências envolvendo violência física acontece nos finais de semana. “Em especial aos domingos à tarde, quando o agressor costuma estar embriagado”, pontua ele. Já a violência psicológica (gritos, xingamentos, ameaça, etc…), enfatiza o delegado, é registrada a todo momento. “Independentemente de dia ou hora, sempre que há uma mudança de comportamento do agressor contra a vítima”, observa.
Mas o que gera esse comportamento violento dos homens contra as mulheres? O consumo excessivo de álcool é apontado como o grande responsável pela maior parte dos casos de violência doméstica atendidos pelas Polícia Militar e Civil. “A principal causa é a bebida alcoólica somada a uma sensação de que a mulher é domínio do agressor, o que comumente chamamos de machismo. Outras drogas também possuem influência, em especial nas agressões filho-mãe”, aponta o delegado Philipe de Paula.
Conforme destaca o delegado, a violência doméstica, além de um problema de segurança pública é também de saúde pública. “De um lado, você tem um agressor que deve ser punido, mas que também deve se autoconhecer para que não volte a delinquir. De outro lado, você tem uma vítima fragilizada, muitas das vezes dependente economicamente do agressor, que precisa de apoio econômico e psicológico para sair desse ciclo”, aponta o delegado.
Ele destaca que após o registro da ocorrência de agressão, seja ela física ou psicológica, tanto a Polícia Militar, quanto o Ministério Público e o Poder Judiciário atuam na punição do agressor, enquanto que o apoio psicológico e até mesmo a reintegração da mulher [vítima] ao mercado de trabalho, para que, dessa forma ele consiga deixar de depender financeiramente do agressor, tem sido feito pela Prefeitura. “É algo que tem sido desempenhado com sucesso pelo município através do CRAS, CREAS, Conselho da Mulher e demais entes de saúde pública e desenvolvimento econômico”, ressalta o delegado.
Com larga experiência no atendimento a ocorrências de violência familiar, seja ela física ou psicológica, praticada na maioria das vezes contra as mulheres, o delegado Philipe de Paula salienta que a denúncia é o melhor caminho para, ao menos, reduzir o problema. “É importante buscar tal direito até para demonstrar ao agressor que a vítima não está sozinha. Após o deferimento das medidas a parte de saúde pública e assistência social da municipalidade é automaticamente acionada e inicia o acompanhamento”, informa o delegado. As denúncias contra a violência doméstica podem ser feitas através do disk 180.