Como parte das ações da campanha “Setembro Amarelo”, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Verde, por meio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), realizou na manhã desta quinta-feira um seminário sobre prevenção ao suicídio, ministrado pelo psiquiatra Jairo Souza Júnior.
Realizado no Plenarinho da Câmara de Vereadores, o evento, que reuniu servidores da Secretaria Municipal de Saúde e representantes da sociedade civil, contou com a presença do prefeito Alexandre Lopes de Oliveira, da vice-prefeita e secretária municipal de Saúde Edna Queiroz da Silva e da psicóloga da Cooperativa de Crédito Vale do Cerrado, Rafaela Nóbrega.
O índice de suicídio ou a intenção de dar fim a própria vida, de acordo com o psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde, Orivaldo Sales, aumentou durante a pandemia e também após o surto de Covid-19 – período de cerca de dois anos em que as pessoas tiveram que se isolar para evitar o contágio. E estar atento aos sinais emitidos por potenciais suicidas é uma alternativa para evitar que o pior aconteça.
“É muito importante que todas as pessoas consigam ter uma noção mínima para identificar os sinais. Uma pessoa não comete suicídio do dia para a noite. Ela está passando por um nível de angústia, por um nível de tristeza e nós precisamos estar atentos”, diz o psicólogo Orivaldo Sales.
Entre os sinais, Sales cita a depressão recorrente, as tentativas anteriores de suicídio e o uso abusivo de álcool e drogas. “São todos fatores que podem desencadear, na hora da crise, uma tentativa de suicídio”, observa o psicólogo. “O tratamento, seja por meio do acompanhamento psicológico, psiquiátrico ou pelo uso de medicamentos, diminui e pode até mesmo extinguir o pensamento suicida”, observa.
O prefeito Alexandre Lopes de Oliveira destacou que eventos como o seminário, que transmite uma gama maior de conhecimento sobre o problema aos participantes, é de grande importância e ressaltou que em Campo Verde existe uma bem montada estrutura para atender os casos de distúrbios psicológicos que podem levar ao suicídio.
“Aproveitamos a oportunidade para levar essa mensagem e falar para toda a população campo-verdense que, ao menor sinal, aquilo que realmente ocorre na questão psicológica, sejam trazidos para os nossos profissionais para que possam ser tratados”, disse o prefeito. “Que nós possamos estar sempre atentos nas nossas famílias, no nosso entorno, nas nossas amizades para que eles também possam ser ‘soldados’ para tratar e cuidar das pessoas”, continua. “O ‘Setembro Amarelo’ é uma mensagem de que existe toda essa área (psicológica) a ser cuidada para que possamos evitar o ato terminal, que é o suicídio”, completa o prefeito.
Vice-prefeita e secretária municipal de Saúde, Edna Queiroz da Silva frisou que a capacitação proporciona conhecimento e desperta a sensibilidade nos participantes.
“A dor da alma é uma dor que não é vista”, observa ela. “Então essa capacitação nos traz isso, além do conhecimento, ela nos traz essa sensibilidade, esse lado humanizado, acolhedor que é o que todos nós precisamos”, completa.
O psiquiatra Jairo Souza Júnior também ressaltou a importância da atenção aos sinais emitidos por um suicida em potencial. Frases como “eu não tenho mais o que fazer nessa vida”, “eu sou um fardo para as pessoas”, “a minha vida não tem graça”, são alertas de que algo não vai bem. “Aprendendo os sinais de alerta nós somos capazes de encaminhar essas pessoas para a ajuda que ela precisa”, observa o psiquiatra.