O evento Diálogos, realizado nesta sexta-feira, 10 de setembro – Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio – capacitou os servidores municipais de Campo Verde e do Hospital Municipal Coração de Jesus para um atendimento humanizado e acolhedor a quem precisa de apoio neste sentido.
Com palestras dos psiquiatras Jairo Souza Junior e Beatriz Marzinotti, e da psicóloga Aliciane Andrade, os servidores foram levados a uma reflexão sobre a campanha do Setembro Amarelo e conheceram formas de sensibilizar seu trabalho.
“Essa capacitação é extremamente importante para que a gente esteja preparado para receber a pessoa que nesse momento fragilizado que precisa de nós. O setembro amarelo é uma campanha mundial que visa a prevenção ao suicídio e a sensibilização sobre a vida”, afirma a assistente social da gestão estratégica, Suely Jamise.
De acordo com a psiquiatra Beatriz Marzinotti, os trabalhadores da Saúde são a porta de entrada para as pessoas com alguma ideação suicida e o acolhimento dado neste primeiro momento é fundamental, podendo mudar a realidade.
“Hoje estamos aqui capacitando e orientando os profissionais da saúde. O Setembro Amarelo vem com o tema “Agir salva vidas”, então precisamos diagnosticar precocemente, perceber os riscos, os transtornos e todo o ambiente que resulta nesse tema ‘suicídio’. Estamos procurando capacitar os servidores, que são a porta de entrada, para salvar mais vidas e evitar o suicídio e outras medidas, como também as tentativas, que englobam dentro desse tema”, explica.
O secretário de Saúde de Campo Verde, Luiz Artur Zimmermann Antônio destacou que todos nós, enquanto comunidade, devemos estar atentos às mudanças de comportamento, aos pequenos “pedidos de socorro” que as pessoas podem despertar.
“Convido a todos para que façamos uma reflexão, não só nesse 10 de Setembro, mas todo o tempo, todo o ano, focados na saúde mental. Temos uma doença pública chamada ‘depressão’. Enquanto gestores, precisamos fortalecer as políticas públicas de atenção à saúde mental. Esse ato hoje é para fortalecer o servidor público, que é quem está lá na frente, nos setores que atendem essas pessoas. Que isso sirva de alerta. Precisamos escutar mais, promover a escuta no nosso dia a dia. Prestar mais atenção, ajudar mais as pessoas. É esse sentimento que fica. Pensar em tudo que nós podemos fazer”, afirma.
A vice-prefeita Edna Queiroz participou da abertura do evento Diálogos e chamou a atenção para o fato de a depressão ser uma doença, não falta de fé ou, como muitos entendem às vezes, “preguiça” de trabalhar, de levantar, de viver enfim.
“O Setembro Amarelo, como muitos dizem, é um mês de tristeza. E realmente é, pois é quando acordamos para um problema muito grave e as pessoas deixam embaixo da cama. Às vezes uma pessoa chega e te mostra um motivo e nós podemos fazer a diferença na vida dela. Só temos que estar disponíveis, prontos para isso. As agentes de saúde vivenciam isso com bastante frequência. Depressão não é falta de fé, falta de vontade de trabalhar, ninguém é capaz de medir o que ocorre dentro de cada um de nós”, afirma.
Em seu discurso, Edna ainda citou uma frase importante e que serve de alerta para muitos.
“O suicídio é algo que não morre só a pessoa. A família morre um pouco também. E nos culpamos por não ter percebido antes. Peço para termos sensibilidade. A depressão existe e é muito séria. Essa gestão tem compromisso com a saúde psicológica, entende que a pessoa não é comente física, é mente também”, disse.