O programa “Melhor em Casa”, com atendimento em domicílio a pacientes acamados que precisam de suporte técnico, coordenado pela Secretaria de Saúde de Campo Verde, é referência estadual pela humanização com que trata seus pacientes, inclusive foi eleito o quinto melhor do país pelo Ministério da Saúde.
Nesta sexta-feira (25), equipe da Secretaria Estadual de Saúde esteve em Campo Verde para conhecer o programa e, com as referências de como é conduzido, levar o exemplo e implantar em outros municípios mato-grossenses.
Coordenado pela enfermeira Eliana Hinterholz Mello, o “Melhor em Casa” atende de 30 a 40 pessoas por mês. Atualmente, são 43. São pessoas de qualquer idade que, seja por acidente ou doenças, acabaram acamadas, precisando de auxílio de uma equipe de saúde em casa.
A equipe em Campo Verde é formada pelo médico José Gustavo, duas enfermeiras, quatro técnicas de enfermagem, uma fisioterapeuta, uma fonoterapeuta, uma nutricionista, uma assistente social, dois motoristas, auxiliar administrativo e uma pessoa para serviços gerais.
Esses profissionais atendem pacientes de média e alta complexidade (AD2 e AD3), além de capacitar um familiar, um cuidador, que mantenha os mesmos cuidados após a visita da equipe.
“É praticamente uma internação domiciliar, de acordo com a necessidade do paciente. Para muitos desses pacientes, os cuidados são paliativos, são casos terminais e a equipe trabalha para manter seu conforto em casa, bem assistido, o que pode durar anos”, explica José Gustavo.
O acesso a esse tratamento é feito pela Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde. Nas Unidades de Saúde da Família é feita uma triagem dos pacientes e, caso se encaixe em média e/ou alta complexidade, a equipe do “Melhor em Casa” é acionada e faz uma nova avaliação, passando a atuar em seus cuidados.
Outra via de ingresso é pela indicação direta do Hospital Municipal. A equipe do Melhor em Casa também faz a avaliação, podendo admitir ou não o paciente, de acordo com a complexidade do caso.
De acordo com o médico José Gustavo, a capacitação de um familiar/cuidador é essencial para que o paciente seja bem tratado na ausência da equipe, tendo em vista que não é um tratamento 24 horas por dia, como seria em caso de Home Care.
“A proposta do programa é capacitar o familiar com conhecimentos técnicos para que ele faça os cuidados. Execute a dieta prescrita, os medicamentos, faça os exercícios de fisioterapia e respiratórios. Não é um serviço de home care, não ficamos à disposição do paciente 24 horas por dia, por isso é fundamental um cuidador”, explica.
A superintendente de Regulação da Secretaria Estadual de Saúde, Dúbia Campos, coordenou a comitiva que visitou Campo Verde nesta sexta. Impressionada com o tratamento dispensado aos pacientes, prepara agora um encontro estadual em que a equipe do Melhor em Casa poderá falar sobre o case de sucesso.
“Humanização. Essa é a palavra. Quando o nosso amor toca o coração de outra pessoa, muita coisa pode acontecer. E vemos isso aqui”, afirmou Dúbia.
Junto da equipe, visitaram o paciente Ari Coelho de Souza, que sofreu um AVC há alguns anos e hoje conta com a equipe. A esposa dele, Ivonete, é uma cuidadora aplicada.
“Temos que agradecer a ela também por essa dedicação. Ele tem ido muito bem na reabilitação e grande parte disso é pelo trabalho dela”, elogiou o médico José Augusto.
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