Oito comunidades rurais, cujos territórios pertencem oficialmente a Cuiabá e Santo Antônio de Leverger, se uniram em manifestação nesta terça-feira (22) e pediram aos deputados estaduais que aprovem projeto de lei anexando-as ao município de Campo Verde.
As comunidades de Santo Antônio da Fartura, Bigorna, Córrego do Ouro, Mata Mata, Serrana, Bom Jardim, Vale da Benção e São Vicente estão localizadas no entorno de Campo Verde, no raio de 60km da área urbana.
Longe dos municípios aos quais “pertencem”, acabam tendo todas suas demandas atendidas pela Prefeitura de Campo Verde, desde construção de pontes e pavimentação de estradas, à saúde, educação e assistência social.
“Queremos fazer parte do município de Campo Verde, porque estamos numa área branca, isolada. Estamos em uma situação que não conseguimos nem os títulos definitivos das propriedades. Campo Verde sempre nos atendeu em tudo, mesmo sem ter obrigação nenhuma. Se tem estrada hoje, é por causa de Campo Verde, se tem 2 mil metros cúbicos de saneamento, é por causa de Campo verde. Não faz sentido pertencer a outro município”, afirmou Nadir Moreira Santana, presidente da Associação do Córrego do Ouro.
Já existe projeto de lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para uma nova divisão de territórios, permitindo que essas comunidades façam parte do território campo-verdense.
Representando o legislativo estadual, o deputado Allan Kardec assinou o projeto durante o evento e garantiu que o desejo da população é soberano. “Em todos os projetos de divisão de territórios dos quais participei, nenhum teve essa movimentação, esse plebiscito popular. Portanto, a voz deles será ouvida e respeitada”, afirmou.
O prefeito de Campo Verde, Alexandre Lopes, confirmou que a Prefeitura já atende a todas essas comunidades e não apenas elas, como também as comunidades da Ponte Alta e Mata Grande, que pertencem oficialmente à Chapada dos Guimarães e também têm a mesma demanda.
“São comunidades que têm uma ligação muito forte com Campo Verde, que têm o seu dia a dia enraizado na cidade. Nada mais justo que formalizar esse processo. O que Campo Verde tem feito é cuidar dessas famílias, fazendo o atendimento necessário e possibilitando uma moradia digna. Somos solidários a esse remanejamento das áreas, inclusive temos projetos em andamento junto ao Estado em que elas já estão inclusas, mesmo não pertencendo ao nosso território”, disse.